Lembra do leque? Acha que continua sendo coisa da sua avó?! Pois ele está de volta, repaginado e mais atual do que nunca! O principal acessório usado pelas mulheres no sábado (10) nos desfiles do Fashion Rio, na Marina da Glória, foi o…leque. E o que mais se ouvia era: “De onde é o seu?” No Fashion Business, evento paralelo ao Fashion Rio, o guitarrista dos Rolling Stones, Ron Wood, e sua namorada brasileira, Ana Araújo, também aderiram aos leques no domingo (9). Nove em cada dez moças usavam um.
A marca Nousnouk , das jovens empresárias Cecília Tanure e Marina Breves, se deram bem ao antecipar a tendência do leque como hit do verão carioca e brasileiro, em épocas de aquecimento global. Criaram leques modernos, delicados e coloridos de madeira coberta de laca. As cores são muitas: cenoura, prata, vermelho, rosa, verde etc. Eles são feitos artesanalmente e nenhum é igual ao outro. O primeiro lote que produziram esgotou em três dias, no ano passado, e o segundo também já está esgotado, como se pode ver em seu site. Só com encomenda. Mas se apressem, porque há clientes que compram por atacado para presentear as amigas. Por ironia total, a ideia dos leques surgiu entre as duas amigas num dia abafadíssimo de verão…em Londres! Lá, quando aquece mesmo, fica insuportável, sem brisa nenhuma, e os apartamentos não são preparados para o calor.
E, se existe uma etiqueta do leque, Glorinha Kalil nos ensina quais são os acertos e erros na hora de se abanar para driblar o calor: 1) Acima de 35 graus, qualquer coisa que abane é bem-vinda e, nessa hora, o conforto supera a preocupação com a elegância.
2) Hoje, em eventos, são distribuídos leques de papelão, muitos usados como espaço de publicidade – melhor usá-los do que deixar derreter as feições e a maquiagem.
3) Se for comprar um leque, formato e material dependem da sofisticação do evento. Em festas à noite, você não vai usar um leque de papelão da churrascaria da esquina.
4) Vale recorrer a leques mais elaborados, do tipo da vovó, com rendas e bordados, ou até, se for o caso, de nácar, marfim. Plumas, aí já é mais arriscado ou carnavalesco.
5) Em desfiles, teatros ou concertos, lembrar que leques que façam muito barulho (tlec-tlec) ao dobrar não são recomendáveis, para evitar incomodar quem está ao lado. Tem gente que tem mania de ficar abrindo e fechando leque.
6) Leques imensos em plateias também podem atrapalhar a visão de quem está sentado atrás – nesses casos, opte por leques menores, mais discretos.
7) A moda é de leques de madeira coloridinhos para o verão.
8) Além de leques convencionais, há os abanos meio redondinhos, de bambu ou de palha, simples e sempre elegantes, leves, que combinam com qualquer roupa.
9) É possível sim misturar leques antigos com roupas modernas. A tendência da mistura, tanto em decoração quanto em vestuário, valoriza acessórios vintage.
10) Leques não são privilégio de mulheres, com a evolução dos costumes. “Afinal, até as saias eles começam a experimentar”. Alguns homens modernos também usam leque no auge do calor (vejam o Ron Wood na abertura deste post). Mas o mais frequente, entre eles, é o uso de abano, porque não exige os gestos mais delicados das mãos que abrem e fecham os leques, algo que historicamente chegou a ser associado a exercícios de sedução.